quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Menos lucro, não!

"Nenhuma farmácia hospitalar ou de oficina em Portugal aderiu à venda de medicamentos em unidose, seis meses após a entrada em vigor da lei, disse à Lusa a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed)" (Público).


Claro que não... Nada como manter a actual situação em que as pessoas são obrigadas a comprar, na maioria das vezes, mais medicamentos do que aqueles que realmente necessitam.

O bastonário da ordem dos Farmecêuticos, Maurício Barbosa, desculpa a não adesão do sector à venda de medicamentos em "unidose" com o facto de isso "implicar uma mudança "drástica" em todo o circuito" (Público).

E agora pergunto a este ilustre senhor:

Se tal mudança significasse maiores lucros, seriam apresentadas as mesmas reticências relativamente à mesma?

3 comentários:

  1. Desde há longos anos que luto pela unidose. Primeiro foi a nível hospitalar, desde os anos 80 em diante, esbarrando sempre com os interesses instalados. Tive adeptos que se juntaram a mim e foi depois em conjunto que lutamos pelo sistema a nível hospitalar, onde as facturas com os medicamentos aumentavam sempre sem razão. A luta foi longa e quando desisti não estava ainda em prática, como não o está ainda hoje, precisamente devido aos interesses e à falta de vontade dos políticos, que nunca quiseram mexer no corporativismo.
    Fomos bastantes a movimentar-nos primeiro localmente e mais tarde a nível nacional. Esbarrava-se sempre na mesma coisa. Nunca quiseram e talvez não tenham sabido como elaborar um programa nacional de venda em unidose dos medicamentos. Devo dizer que não considero que nos hospitais esteja em vigor o sistema devido às imensas falhas que apresenta, quando é a coisa mais simples deste mundo, desde que a vontade política seja mais forte que os tais interesses.
    É verdade que a nível hospitalar já se deram alguns passos, mas falta percorrer ainda muito caminho. Mas é necessário percorrê-lo em segurança e com firmeza ditadas por uma vontade férrea de melhorar a situação da nossa população mais pobre. Hoje estou demasiada fart para continuar a luta, mas sei que há ainda grandes valores a defendê-la, o que me dá esperanças de que chegará o dia em que nenhum cidadão terá de pagar uma embalagem de 60 unidades para tomar apenas 20, por exemplo. O que é preciso é trabalhar e ir sempre em frente sem olhar aos precalços que possam surgir pelo caminho

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  2. Realmente existe uma estragação de medicamentos que a maior parte das pessoas não calcula.Ora se as farmácias fossem obrigadas a vender,não digo em únidose,mas reduzir todas as doses num terço já seria muito bom para começar;posteriormente se veria.O problema é saber como combater os grandes Lobys sempre gananciosos para enriquecer à custa dos desgraçados que normalmente são as pessoas mais idosas com reformas desgraçadas que mal lhes chega para os medicamentos.O problema é que quem impõe essas regras são pessoas sem escrúpulos que nunca passaram por necessidades nem sabem o que é a miséria;a maioria nasceu em berços de ouro,logo dificilmente têm a censibilidade de ajuízar as dificuldades de muitas famílias

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  3. É triste como um país que se quer mostrar evoluido cedendo pc's portateis aos miúdos, comprando submarinos (?!), etc, etc, ai atras de parvoices e nao age perante estupidezes destas. É triste que se corte no ensino, (base de sucesso da próxima geração), é triste que se corte na saude (base de qualidade de vida), é triste ainda querer lucrar com isso. Pena que quem tenta mudar isto normalmente não tem apoiantes, nao falo de politica, falo de cidadania. Mas ainda tenho fé que o meu país dê a volta a esta situação. Tenho fé que deixem de pensar no seu proprio bolso. Um dia vou ver amigos e familiares a afirmarem que teem orgulho de cá vivr. Porque agora, orgulho nao encontro. Desculpem, mas apeteceu-me desabafar.

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